quinta-feira, 7 de outubro de 2021

sobra - quando os personagens invadem minha obra

 


                                            anti/lírica

 

um poema bashô aqui

nas 7 paredes do corpo

nas 2 cabeças de Vênus

nos 4 cantos da casa

 

instigante satírico

 sarcástico

e ao mesmo tempo

esse ácido lirismo

é  um anjo

de belas brancas asas

 

Gigi Mocidade

 

naquela noite de chuva

 as cores no vestido de Yansã passaram despercebidas por aqui o sangue encarnado nas matas de Oxossi e o olho do Dragão na ponta da espada de Ogum ainda que Aline na porta da casa velha tivesse sobre a pele meus olhos presos nas palavras escritas na parede e as sagradas escrituras não dissessem o quanto ali brotavam flores naquela noite de chuva num coração estraçalhado



                 atentado poético


a hipocrisia aqui é muita
liberdade muito pouca
com meus dentes de navalha
vou rasgar a tua roupa
esse poema beijo/bomba
vai explodir na tua boca


Artur Gomes

O Poeta Enquanto Coisa

Editora Penalux -  2020

 

 na pele do poema

o cavalo selvagem

cavalga a carne de  ipanema

enquanto transa na pastagem

                   um novo trote

 

a deusa do rock

berra em outro canto

enquanto na voragem da vertigem

assento a Pedra de Xangô

na Vitória do Espírito Santo

 

poética 27

 

paixão é tudo

entre teu corpo e o poema

a faca desliza

amolada

entre a casca e a pele da fruta

quando sair para o banho

acenda a luz do abajour

aos pés da cama

e deixe que eu escreva nos lençóis

as palavras selvagens

que baudelaire nos ensinou

 

governantes de negócios

 

aves de rapina

sobrevoam  Brazilírica

vender é o grande jogo

dos governantes de negócio

 

não é metáfora metafísica

nem figura de linguagem

é a mais  pura sacanagem

na malandragem  dão o golpe

no romper da madrugada

 

vendem o pai a mãe

vendem  os filhos

vendem  os fócios 

 

vendem toda coisa pública

porque gostam da privada

ainda mais quando são sócios

 

Cristina Bezerra

https://www.facebook.com/sagaraninha/

 

a navalha na carne

pode cortar

pode doer pode sangrar

e ferir fundo

prefiro a dor do prazer

que o riso

sub imundo

 

Federika Lispector

https://www.facebook.com/federikalispector/

 

 

uma cidade sem poesia

é uma cidade morta

cabe toda em cova rasa

porque a vida não comporta

 

a Oswald de Andrade

                                 in memória

 

tudo aqui era floresta

rios mares manguezais

caranguejos guaiamuns

onça pintada milho verde mandioca

 

aí chegaram os portugueses

rezaram missas

trucidaram índios

escravizaram africanos

 

deu-se a mixegenação

uma pátria descoberta

mas até hoje procuramos

o Pau Brasil dessa Nação.

 

Gigi Mocidade


sequestro teu corpo poema

na sala de entrada do cinema

teu corpo eu levo para cama

o poema enterro no poema

 

fosse Afrodite

ou fosse Vênus

Mariana fosse quanto

a flor sagrada de Lotus

secreto o espírito santo

girassóis entre os cabelos

nos lábios lírios do campo

 

EuGênio Mallarmè

 

 

                             sobra

 

os dentes

mordem a boca do vampiro

atiro no monstro do desejo

e beijo a língua

que sobrou no azulejo

 

Federika Lispector

https://www.facebook.com/federikalispector/

 


 Fulinaíma MultiProjetos

(22)9815-1268 - whatsapp

portalfulinaima@gmail.com

Juras Secretas

www.secretasjuras.blogspot.com

Pátria A(r)mada

www.porradalirica.blogspot.com

Da Nascente A Foz : Um Rio De Palavras

www.fulinaimargens.blogspot.com

EntreVistas

www.arturgumes.blogspot.com  

Studio Fulinaíma Produção Audiovisual

https://www.facebook.com/studiofulinaima

Fulinaimagens

www.fulinaimagens.blogspot.com


Nenhum comentário:

Postar um comentário

Sarau Campos VeraCidade

Sarau Campos VeraCidade   Dia 15 de Março 19h - Palácio da Cultura - música teatro poesia   mesa de bate-papo :um olhar sobre a cidade no qu...