sexta-feira, 8 de outubro de 2021

amoras ame-as ou devoras

 


Festival Cine Vídeo

De Poesia Falada

Studio Fulinaíma Produção Audiovisual

https://www.facebook.com/studiofulinaima

 

sequestro teu corpo poema

na entrada da  sala de cinema

teu corpo levo para cama

e o poema teço sob os lençóis

                                 de Iracema

 Clic no link e veja todos os poetas/intérpretes com participações no neste Festival https://fulinaimicamente.blogspot.com/2021/10/jessica-iancoski-os-dados.html

 

Fulinaíma Multi Projetos

portalfulinaima@gmail.com

(22)99815-1268 – whatsapp

 

Ameixas

ame-as

ou deixe-as

 

Paulo Leminski

 

Amoras

ame-as

ou devoras

 

Federico Baudelaire




 Relendo o texto de Arthur Soffiati, prefácio do livro Couro Cru & Carne Viva, de 1987, exatamente o ano que o conhecei quando então aluna do curso técnico de edificações na ETFC, invadi a Oficina de Artes Gráficas, e pedi para fazer parte do elenco da sua Ciranda do Boi Cósmico. Os ensaios para a encenação estavam adiantados, faltavam apenas uma semana para a estreia no Ginásio de Esportes. Durante a semana o acompanhei praticamente 24 horas por dia, ensaiando coreografias e cantorias. Antes de conhece-lo em carne & osso, eu o seguia pelos corredores da Escola, olhando-0 colocar cartazes convidando os alunos para as apresentações da Oficina de Teatro, e aquilo me fascinava. As apresentações da Ciranda do Boi Cósmico, com um cenário su-realista de Genilson Soares, imensos caralhos voadores descendo do teto do Ginásio, provocaram um grande rebu, não apensas dentro dos muros da ETFC, mas por toda a cidade de Campos dos Goytacazes. Quando terminei o curso técnica, fui para o Rio de Janeiro cursar matemática na Universidade Federal Fluminense, tive  um grande espaço tempo sem vê-lo ou manter contato, (não cabe aqui falar sobre os motivos). No início dos anos 2000 retomamos o contato, e voltei a ter acesso a sua produção, tenho lido e comparado o que vivi com a sua poética lá em 1987, e o que posso refletir hoje sobre sua produção atual: alguns leques que já existiam antes, em sua linguagem se expandiram, a ironia, o satírico, o humor escrachado, se embrenharam num caldeirão metafórico difícil, para quem não é do ramo, definir. No texto de DalilaTeles Veras, para o livro BraziLírica Pereira : A Traição Das Metáforas, ela já adverte: “Artur ri de quem tenta definí-lo”. Eu sou apenas fã, ex namorada, o que posso dizer é que me orgulho de ter um conterrâneo, como ele, com uma sensibilidade, uma voraz criatividade, muito além de tudo que se pode esperar da cabeça de um homem nascido nua cidade como Campos dos Goytacazes. Nós que  o conhecemos  no Teatro, entendemos muito mais suas peripécias com as linguagens, a sua fúria criativa, como um bom selvagem oriundo de uma tribo goytacá, do que aqueles, que apenas o lêem a distância, ou nunca o viram em cena xingando seus poemas.

 

“não tenho preensões de ser moderno

nem escrevo poesia pensando sem ser eterno

veja bem na minha língua as labaredas do inferno

e só use o meu poema com a força de quem xinga”

do livro Couro Cru & Carne Viva - 1987

 

Quer saber um pouco mais sobre esse furacão¿ Essa usina de produção, como bem disse José Luis Vianna da Cruz : leia aqui: https://www.facebook.com/arturgomespoeta

 

 Federika Lispector

Recife – 27 setembro – 2021

 

antropofagicamente

vamos comer  devorar 22

por  dádiva do divino

ou desse ser que não tem nome

vamos comer - devorar 22

como quem come ossos bovinos

 para não morrer de tanta fome

basta desta barbárie esta vida besta de bosta bruta pandemônica filha da puta – peço desculpas as putas porque mestiço – você não sabe o que é isso -  manter um diálogo aberto com uma amiga psicóloga que poderia ter sido, caso algum dia tivéssemos nos encontrado no encontro não marcado na hora que não tivemos -    que transcrevo abaixo:

olha , estou mergulhado em  leituras de livros mais velhos, escritas de amigos, revivendo lembranças que ainda estão cravadas entre os dentes - ensaiando meu livro de memórias- tenho a segunda edição do Pátria A(r)mada revisada e ampliada para sair em 2022 - e concluí o inédito O Homem Com A Flor Na Boca : Deus Não Joga Dados - www.porradalirica.blogsot.com

 e www.arturfulinaima.blogspot.com

respectivamente. - para o livro de memórias - Da Nascente A Foz : Um Rio De Palavras - estou re-escrevendo re-criando passagens vividas ou imaginárias - compilando escritos sobre a minha poética - e de uma certa forma imaginando o que não foi mas poderia ter sido - te pergunto: isso é um dado psicicológico ou apenas frutos da imaginação?

 “Que demais, Artur

Vou lançar um livro de poesias em breve também

Esqueci de te contar

Tanta correria com tudo”

 eu quero - ser o primeiro a ler e ter

 “mandarei um pra você”

“o que não foi mas poderia ter sido me lembra sobre as nossas encruzilhadas, os lados que seguimos e outros que deixamos para trás e precisamos fazer luto do que ficou...”

apesar de não fisicamente em carne e osso você faz parte da minha vida - mesmo que dessa forma imaginária - lembro de um poema escrito pra ti - se m ainda termos esse contato - que tem o verso - vestida de transparências - nunca imaginei que um dia você seria psicóloga - e nem imaginava que um dia teríamos contato - mas desde o primeiro dia que te vi você nunca deixou de ser presença no meu psicológico

 “que lindo A vida nos faz cruzar-  com pessoas que são presentes, mesmo com as distâncias! Obrigada pelas trocas de sempre”

eu ainda não desisti de um dia te ver fisicamente ao vivo olhos nos olhos - me lembro da música do Chico - e viajo

o mais  interessante ou engraçado disso tudo - e é por isso que as vezes - me desafia - é que tive uma namorada em Bento - por 6 anos - e vivemos plenamente o relacionamento - mas psicologicamente não ficou nada além do que  foi vivido- talvez penso - aí estar o x da questão - muitas vezes amamos muito mais o não realizado - do que o que de fato se realizou

 “Pior que sim, muitas vezes, fica muito vivo na memória as nossas idealizações, as coisas que não vivemos. Inclusive, ao fazer luto disso tudo, muitas pessoas têm sonhos tão vividos que é como se fosse uma memória se desprendendo para ir embora...

Memórias também se despedem da gente”

mas acho que as minhas são teimosas não vão embora mesmo tantas vezes sonhando com tudo aquilo que poderíamos ter  vivido pelos vinhedos vinícolas escadarias e pela vida bucólica de Bento

“Uma pena quando elas não vão”

disse para uma amiga esses dias memórias e personagens vivem mordendo meu calcanhar de aquiles

mas se elas não existissem o que iria escrever num livro de memórias?

“Adorei!”

minha vida, minha arte, minha poesia, está totalmente entranhadas em minhas memórias, delas nascem a minha criação

“Acho que a escrita é sempre um bom caminho para elas”

me lembro sempre - de Clarice quando diz: - cada coisa tem o instante em que ela é e eu quero me apossar do é da coisa - algumas coisas existem mesmo sem terem existido

nem sei se muitas vezes o meu imaginário extrapola as organizações racionais do ser humano - mas se não fosse isso - o que escreveria? qual temática qual enredo teria a minha poesia?

“Ótimos questionamentos”

e nem mesmo sei como os teus olhos me vêem - é uma pergunta que algumas vezes me faço - será que ela enquanto psicóloga me analisa? ou pra ela sou simplesmente um doido a pensar mirabolâncias metafóricas quando escrevo?

talvez, a sua poesia me responda

” Hehehehehe - Ou talvez mais perguntas para essas perguntas”

bem possível



Artur Gomes

www.fulinaimagens.blogspot.com 

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