sábado, 2 de outubro de 2021

Cristiane Grando - 6 poemas






às vezes

é bom sentir fome

para só depois morrer

de saudade

 

In: “fluxus”

 

 “quanto silêncio é preciso para fazer um poema?”

 

o silêncio da solidão e das portas,

da imaginação, do mundo,

do vento, das águas e dos gatos

 

o silêncio do branco

 

tanto barulho para nada

 

silêncio, silêncio, o silêncio

e algumas palavras

 

In: “caminantes”

 

“amarelo jardim iluminado”

 

maracujá, manga

caminho de girassóis

 

estar onde sonho:

o despertar iluminado

 

manhã de galos

tamareira e sol

 

desejo do dia

fome de vida

 

In: “gardens”



 “canção para te acalentar”

 

é tempo de chuvas

 

os deuses dão vida

a todos os lugares da Terra

 

e sentimos saudades

 

quantos tesouros habitam os abraços e os corpos!

 

vejo agora

aromas, fotos e meus primeiros fios brancos no espelho

 

de que mais poderia te falar?

 

do tempo

 

In: “grãO”


“traduzir”

 

traduzir é amar

 

não permitir que a neve

se derreta

 

para que se veja

sempre

a mesma neve

no espelho

 

assim tão branquinha

 

neve sedutora

por sua luz sutil

 

In: “grãO”

 

 “de noite ou com vento”

 

com o vento

me dobro

 

nem caio

nem me quebro

 

esta noite

saio descalça pelas ruas

e olho

 

de noite                

todos os gatos são azuis

 

In: “grãO”

 

Leia entre vista com Cristiane Grando no blog

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Cristiane Grando – É natural de Cerquilho/SP. Mestre e doutora (FFLCH-USP) com pós-doutorado (IFCH-UNICAMP): trabalhos sobre a obra e os manuscritos de Hilda Hilst. Autora dos livros “Caminantes” (2003): poesia em francês, português e traduzida ao espanhol por Leo Lobos, e “Fluxus” (2005): poesia em português, traduzida criar loja virtual ao espanhol e ilustrada por Leo Lobos, traduzida ao francês por Espérance Aniesa e ao inglês por Levana Saxon. Organizou os catálogos: “O Caderno Rosa de Hilda Hilst"  e “Crônicas do Cotidiano” (fotografias de Jorge Bercht e Cristiane Grando). Participou  do Congresso Brasileiro de Poesia desde 2003. Em 2013 dirigiu o Teatro Municipal de Cerquilho-SP.




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Artur Gomes

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