terça-feira, 12 de outubro de 2021

medusa

 


blues rasgado

lance de dedos

lance de dados

mallarmè revisitado


                                 mallarmargens

 

esse poema desliza

pelo lado esquerdo do Rio

entre mallarmè e às margens

me traz a lapa no cio

e o carioca em desvario

aposta em lance de dados

que prefeito o mal l a(r)mado

abandona sua carreira

num domingo de feriado

foge do povo em mal estado

em plena segunda-feira

Cristo desce o corcovado

em lance descomunal

e na Sapucaí a Mangueira

explode no carnaval

 

EuGênio Mallarmè

www.braziliricapereira.blogspot.com

 

a eternidade

o transforma enfim

naquilo que ele era

 

Stèphane Mallarmè

 

tem tempo que esse tempo estanho me persegue esse tempo chumbo me estraçalha esgarça os nervos dos meus 5 sentidos tem tempo que esse tempo estranho dilacera acelera a parte a parte morte de qualquer estado de coisas tem tempo que esse tempo dentes que me mordem sangram os tecidos da nervura tem tempo que o poema é escridura pra resistir a toda sanha desse tempo e não importa se é janeiro dezembro fevereiro se é cinzas carnaval ou e quantos inocentes e ingênuos nesse tempo morrem e ainda comemoram a sua noite de natal ¿

 

 

mallarmè 

já deu o toque

poesia é pau é pedra

palavra sem retoque

quando vida for de fedra

quanto custa ler o piva

quanto custa ouvir um rock



voyeurismo

 

Te Olho/Me Molho

 

Leila Miccolis




 Jura Secreta 36

cardio.grafia da pele

 

que esta palavra bendita

nãos seja dor quando mal dita

como espinha quando aflora

ou espora enquanto irrita

 

minha cardio.grafia em suma

não é pena nem pluma

apenas palavra que resuma

o silêncio como agora

ou sonora enquanto grita

 

Artur Gomes

Juras Secretas

Editora Penalux – 2018

 www.secretasjuras.blogspot.com


                                                              dentro da noite veloz

bebo um litro de conhac

para suportar  

a vertigem do dia

 

poema um lance de dedos

num tabuleiro quadrado

no truque das artemanhas

 

torquato primou pelo

intransferível

oswald por um nada

quase  sagrado

 

mallarmè indivisível

criou o seu xadrez

enquanto deus não joga dados

 

o

presidente

saliva

entre/dentes

a

baba

venenosa

das serpentes


coito


entre tuas coxas
encaixo a língua
muito prosa
teus pelos alvoroçam
enquanto goza


Gigi Mocidade

www.suorecio.blogspot.com

 



                                                     fricção

 

quem passou a língua

mas coxas da Caipora?

me pergunta Federico Baudelaire

cheirando as Flores d0 Mal

no Sarau de EuGênio Mallarmè

 

Gigi invoca então dona cristina

a endiabrada Severina

pelos chifres da bezerra

que baixa na mesma hora

 

- ora bolas fui eu

com minha língua de faca

cortei a cara da vaca

a começar pelas coxas

depois subi pelo corpo

até o buraco da boca

e meti a língua na língua

 

e na suruba das línguas

a dela mordendo a minha

a minha mordendo a dela

a Arte então se revela

 

não existe Arte sem língua

nem Teatro sem linguagem

a Arte é uma grande suruba

e o resto é pura paisagem

 

Cristina Bezerra

www.fulinaimargem.blogspot.com




                                                    dia d

,

furai

a pele das partículas dos poemas

viemos das gerações neoabstratas

assistindo a belos filmes de Godart

inertes em películas de Truffaut

bebendo apocalipses de Fellini

em tropicâncer genocidas de terror

 

, sangrai a tela realista dos cinemas

na pele experimental do caos urbano,

tragai

Dali pele entre/ossos

Glauber rugindo enTridentes

na língua do veneno o gozo das serpentes

nos frascos insensíveis de isopor

 

,

caímos no poder do vil orgânico

entramos no curral dos artefatos

na porta de entrada os artifícios

na jaula sem saída os mesmos pratos

 

Artur Gomes

O Poeta Enqaunto Coisa

www.secretasjuras.blogspot.com



fellini não descobriu

esta menina pro cinema

deixou que eu amasse

esta felina no poema


medusa cortou

minha cabeça

pensando eu fosse perseu

o amor que eu prometi

a musa não prometeu


20 de fevereiro

 

fosse quântico esse dia

calmo

claro

intenso

inteiro

20 de fevereiro

sendo assim esperaria

 

mesmo que em meio a tarde

tempestades trovoadas

insanidades

guerras frias

iniquidade

angústia

agonia

mesmo assim esperaria

 

20 horas

20 noites

20 anos

20 dias

 

até quando esperaria?

até que alguém percebesse

que mesmo matando o amor

o amor não morreria

 

Artur Gomes

Juras Secretas

www.secretasjuras.blogspot.com



Artur Gomes

FULINAIMAGEM

www.fulinaimagens.blogspot.com

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