terça-feira, 19 de outubro de 2021

devorar é minha sina

 


                           pornofônico confesso

 

se este poema inocente

primitivo natural indecente

em teu pulsar navegante

entrar por tua boca entre dentes

espero que não se zangue

se misturar o meu sangue

em teu pensar quando antropo

por todas bocas do corpo

em total porno grafia

na sangração da mulher

 

me diga deusa da orgia

se também tu não me quer

quando em ti lateja devora

palavra por palavra

por dentro entre por fora

em pornofonia sonora

 

me diga lady senhora

nestes teus setenta anos

se nunca gozou pelos ânus

 

me diga bia de dora

num plano lítero/estético

qual cibernético humano

que te masturba ou te deflora

 

Artur Gomes

Pátria A(r) mada

www.porradalirica.blogspot.com




               silêncio gritos& sussurros

 

o seu corpo/poema

pede-me silêncio

ou algazarra?

 

farra

de bocas pernas coxas

línguas e dedos

nos recantos mais profundos

por onde dorme o teu desejo?

 

carícias delicadas

pela nuca

em torno da orelha

lábios deslizando

ao redor do teu umbigo?

 

o que o seu corpo/poema

quer viver comigo?

 

o seu corpo/poema

no deserto das delícias

é escorpião ou percevejo?

 

é calmaria

ou tempestade

no alto mar da liberdade

pede-me noite ou claridade

ou

implora-me desesperadamente

os mais selvagens beijos?

 

Artur Gomes

O poeta enquanto coisa

www.suorecio.blogspot.com



Jura secreta 17

 

meu objeto concreto

é um poema abstrato

impressionista realista

quem sabe neo concretista

poderoso artefato

uma bomba de Hiroshima

uma rosa parafina

ou quem sabe uma menina

que conheci só no retrato

 

Artur Gomes

Juras Secretas

www.secretasjuras.blogspot.com



                                             pele grafia

 

meus lábios em teus ouvidos

flechas netuno cupido

a faca na língua a língua na faca

a febre em patas de vaca

as unhas sujas de Lorca

cebola pré sal com pimenta

tempero sabre de fogo

na tua língua com coentro

qualquer paixão re/invento

 

o corpo/mar quando agita

na preamar arrebenta

espuma esperma semeia

sementes letra por letra

na bruma branca da areia

sem pensar qualquer sentido

grafito em teu corpo despido

poemas na lua cheia

 

Artur Gomes

O homem com a flor na boca

www.arturfulinaima.blogspot.com

 

 paixão é quando

linguagem de cinema

corta o verso do avesso

e a cena segue

 em outra dimensão

sem seta sem endereço

como se a nova meta

enlouquecesse o coração

 

 

poema de 7 patas

vaca de 7 facas

e o fio condutor do poema

a engrenagem da matraca

 

 não sei por onde vais

nem sei por onde andas

não sei por onde também

que o coração desanda

toda vez que ela não vem


                     Metáfora Fulinaímica

 uma garça apática e pensativa procurando alimento no Manguezal em Guaxindiba. Mas caranguejo não havia. Está difícil está tudo muito difícil está cada vez mais difícil está muito difícil como diria meu amigo grande poeta português Fernando Aguiar: está dificilíssimo!


se eu soubesse o endereço

da estrada que atravesso

marcaria outro começo

no final da madrugada

vestiria um linho branco

numa calça engomada

e beberia um vinho tinto

      na boca da namorada


com meu parceiro Paulo Ciranda lá pelos idos de janeiro de 2017 em Mar A Vista – Itaipu – Niterói-RJ – para amenizar um pouco a saudade numa semana de super produção audiovisual

unplugged(não ria é sério)

 

quero botar no teu orkut

um negócio sem vergonha

um poema descarado

ta chegando fevereiro

e meu Rio de Janeiro

fica lindo mascarado

 

quero botar no teu e-mail

um negócio por inteiro

que eu não sou ZecaBaleiro

pra ficar cantando a Mama

que ainda tem medo doPapa

 

meu negócio é só com a mina

que me trampa quando trapa

meu negócio é só com a mina

que me canta ouvindo o Rappa




 Artur Gomes

FULINAIMAGEM

www.fulinaimagens.blogspot.com

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