sou o mestre sala
não me roube a fala
nem a anarquia
que não sou político
carregador de mala
e que zeus me livre
dessa corja insana
que arrombou brasil
quero que se foda
a putaria toda
e o genocida
desça a rampa que subiu
Federico DuBoi
no espelho da raridade
cheirei as flores do mal
pensando ser bem-me-quer
um dia sou paulo leminski
no outro : sou charles Baudelaire
Federico Badelaire
não vou
guardar os sábados
em nome de jesus
e me deixar
crucificada numa cruz
que só causa dor
aos sábados
eu pratico a arte
de fazer amor
Federika Lispector
bruna
é quando a bruma
ainda espuma
espora e sal
em branca areia
eu encantado
ela sereia
roberta agora
só se for cainelli
bruna só se for pelleto
vestido
pode ser a pele
que encobre
a nudez do esqueleto
o beijo agora
só se for ao vivo
e-mail só se for inteiro
fantasia
só se for de tanga
camila só se for pitanga
carnaval
a gente transa
em fevereiro
tem urubus no telhado
a carne seca é servida
uma escorpião encravado
na sua própria ferida
não escapa
só escapo pela porta de saída
Torquato Neto
memorial dos ossos
espora uma palavra amolada
dessas que cortam a carne
no primeiro toque
espora
em meu sentido rock
não um mero truque
no pulsar da língua
que a tua pele lambe
quando saliva aflora
espora
em meu cavalo branco
o simbolismo aceso
todo dia é dia de São Jorge
Jorge Luis Borges
num plural latino
escavar a terra em busca da palavra
quando o nervo implora
espora
temporal dos músculos
memorial dos ossos
nesse tempo bruto
tudo no que posso
sempre nua
bem comida bem amada
deito de bunda pra lua
toda nudez
não será castigada
Gigi Mocidade
www.porradalirica.blogspot.com
como eu escrevo: Artur Gomes
entrevista concedida a José Nunes
para o site: www.comoeuescrevo.com.br
na zona do planalto
enquanto a boiada passa
o povo se infectou
o vírus verme o gado
transforma em curral cercado
o pa(lás)cio da alvorada
pós facada que não sangrou
CARNE PROIBIDA
o preço atual
proíbes que me comas
mas pra ti estou de graça
pra ti não tenho preço
sou eu quem me ofereço
a ti: músculo & osso
leva-me à boca
e completa o teu almoço
Artur Gomes
com uma câmera nas mãos
um poema na caneca
vamos filmar o poema
antes que desapareça
Festival Cine Vídeo De Poesia Falada
Studio Fulinaíma Produção Audiovisual
Fulinaíma MultiProjetos
https://www.facebook.com/studiofulinaima
esse vinho
em minha boca
me lembra
um beijo
no papel de pão
guardanapo
nos vinhedos
de um espelho
quase em vão
quanto mais me fragmento
mais me multiplico
diamante de porto rico
em são sebastião do sacramento
1º De Abril
ela era bruna
em noite de blues rasgado
soltou a voz feito joplin
num canto desesperado
por ser 1º de abril
aquele dia marcado
a voz rasgou a garganta
na santa loucura santa
com tanta força no canto
que até hoje relembro
daquela musa na sala
com tua boca do inferno
beijando meus dentes na fala
Artur Gomes
www.porradalirica.blogspot.com
1º de abril de 2014 no barra e restaurante dona baronesa campos dos goytacazes-rj
Artur Gomes
FULINAIMAGEM
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