osso duro de roer
eu sou do mato
curupira
carrapato
sou d febre
sou dos ossos
sou da lira do delírio
ainda que fosse mentira
mesmo se fosse verdade
no sangue a força da ira
na língua veracidade
eu tenho a pedra do reino
eu tenho as penas do pato
coxinhas
só as que como no prato
e os golpistas da fiesp
amasso
nas solas
dos meu sapatos
Artur Gomes
www.brazilicapereira.blogspot.com
O OLHO AZUL DO MISTÉRIO
desço dos céus para beijar
os lábios quentes da fera - desço,
vejo dragões pastando na grama
azul, incêndio nas cortinas
dos apartamentos - desço,
escuto um coro de crianças
bêbadas, vozes batendo no casco
do navio fantasma ancorado
no Cais da Última Utopia - vejo,
sinto na pele os dedos de uma
androide
aflita, quase em pânico, mãos
na neblina, pálpebras que se fecham
toda vez que toco o bico dos seios -
escuto,
encaro olho no olho o olho
do Grande Gavião Terena, leopardos
lambem o leite da Via Láctea, saltam
com garras envenenadas sobre
as penugens de Vênus, penetram
o cu da lua, pregas se rompem,
espelhos se estilhaçam e rasgam a
carne
dos banqueiros que sugam o vinho
da vida com canudinhos cedidos
pelo senhor McDonald - sinto,
e por isso escrevo, e por isso deixo
aqui
palavras escritas na água, na carne
dos que sofrem, escrevo com sangue,
escrevo
com porra nas paredes das salas
iluminadas com a luz monótona dos
aparelhos
de televisão, escrevo com mijo nos muros
das cidades do Ocidente, convoco
hidras,
provoco tumulto, estrelas sentam-se
no sofá
e tomam café marroquino, os sentidos
mixam o onde e o quando na câmara
oca dos ecos, a pele se arrepia,,
relógios
praticam saltos ornamentais em
piscinas
vazias, neve ao redor dos cabelos,
chove
na terra inteira, dedos de açúcar
tocam
a escama dos peixes, o corpo todo
presente
a presença de um deus, e você
finalmente encara
o úmido olho azul do mistério.
Ademir Assunção
só durmo mais tarde
alinhavando um samba-enredo
no carnaval a carne arde
e edir rouba mais cedo
O que seria Antropofagia Abapuru
Manifesto Antropófago Santeiro do Mangue Macunaíma Paulicea Desvairada Cântico
dos Cânticos Para Flauta e Violão Serafim Ponte Grande Cinema Novo Poesia
Experimental Concreta Neo Concreta Parangolés Tropicália Poesia Visual Cine
Poesia Pós Tudo Hoje
?
Antropofagicamente quero comer 22 e
você?
quanta ironia
ontem sacrifiquei a ovelhinha
na sagrada eucaristia
Oswald de Andrade é o meu Pastor. o
cacique da minha aldeia, o pajé da minha tribo. com ele aprendei a - olhar com os olhos livres - e a desejar sempre mais, por acreditar que - um dia a massa ainda comerá os biscoitos
finos que fabrico - ele é quem me ensina a cuidar das ovelhinhas na Igreja Universal do Reino de Zeus e é
dele uma das epígrafes do livro Pátria
A(r)mada:
no universo paralelo
tenho doutorado bíblico
em chá de cogumelo
Pastor de Andrade
https://www.facebook.com/pastordeandrade
Mostra Cine Vídeo Foto Poesia
tem tempo que esse tempo estanho me persegue esse tempo chumbo me estraçalha esgarça os nervos dos meus 5 sentidos tem tempo que esse tempo estranho dilacera acelera a parte a parte morte de qualquer estado de coisas tem tempo que esse tempo dentes que me mordem sangram os tecidos da nervura tem tempo que o poema é escridura pra resistir a toda sanha desse tempo e não importa se é janeiro dezembro fevereiro se é cinzas ou carnaval e quantos inocentes e ingênuos nesse tempo perdem a vida e ainda comemoram a sua noite de natal ?
Federico Baudelaire
https://www.facebook.com/federicoduboi/
o que dizer as
namoradinhas do crivella
as falsas donzelas
da abstinência sexual
o que dizer as ovelhinhas
do edir mais cedo
não tem segredo
:
não curto culto meu amor
não curto
sou um pastor afrotupy
prefiro o ritual dos barracões
para aplacar os meus vulcões
em fases de erupções
encarnações como eu nunca vi
bordel brazílico
no bordel brazílico
meio dia pós almoço
as putas dormem
nos seus recintos de respeito
as bichas dormem
pós desfiles carnavalescos
os deputados dormem
os senadores dormem
os prefeitos dormem
os vereadores dormem
os juízes dormem
todos na suprema corte dormem
só no gabinete do presidente
ele é o único acor(dado)
no tanto fez como tanto faz
e decreta mais um projeto
para desmatamento da amazônia
e leilão na Petrobras.
mula sem cabeça
a besta fera
perdeu a cabeça
na esquina da W3
com asa norte
a encruzilhada do delírio
sua língua morta
foi decapitada
por Adélio Bispo do Rosário
foi encontrada na rota 666
ladeira do inferno
na praia da macumba
e agora exposta
no museu universal
das grandes novidades
salmo 2019 versículo 6.6
segundo o evangelho
do Pastor de Andrade
a ovelha do oitavo andar
se desgarrou na madrugada
foi dar o leite para o padre
e me deixou na bronha
sujei a fronha
do meu travesseiro
sujei as mãos
sujei os dedos
e a sem vergonha
me ligou pra dar a deus
juro que não sou santo
juro que não sou zeus
se encontro essa ovelha
desgarrada
vai ter bordel
vai ter facada
e não venham me dizer
que é crueldade
sacanagem
é o que ela fez comigo
me deixou de quatro
e ainda cuspiu no meu umbigo
santíssima trindade
o pastor universal
o narco tráfico
e a milícia
uma santíssima trindade
no país do laranjal
Pastor de Andrade
https://www.facebook.com/pastordeandrade/
fosse Afrodite
ou fosse Vênus
Mariana fosse quanto
a flor sagrada de Lotus
secreto o espírito santo
girassóis entre os cabelos
nos lábios lírios do campo
EuGênio Mallarmè
Fulinaíma MultiProjetos
https://www.facebook.com/FulinaimaProducoes
portalfulinaima@gmail.com
(22)99815-1268 – whatsapp
Artur
Gomes
FULINAIMICAMENTE
Nenhum comentário:
Postar um comentário