vilma vermelha
ainda me espelha
essa menina no jogo
no quintal da minha casa
com tua língua de fogo
com tua boca de brasa
por aqui nem só beleza
nesses dias de paupéria
nação de tanta beleza
país de tanta miséria
mestre guima
não me engana
riobaldo nossa sina
diadorim a sagarana
pele grafia
meus lábios em teus ouvidos
flechas netuno cupido
a faca na língua a língua na faca
a febre em patas de vaca
as unhas sujas de Lorca
cebola pré sal com pimenta
tempero sabre de fogo
na tua língua com coentro
qualquer paixão re/invento
o corpo/mar quando agita
na preamar arrebenta
espuma esperma semeia
sementes letra por letra
na bruma branca da areia
sem pensar qualquer sentido
grafito em teu corpo despido
poemas na lua cheia
Artur Gomes
www.secretasjuras.blogspot.com
froyd Ana
azul são os teus olhos
a cor dos pelos não conheço
teus dedos ainda não toquei
dracena é uma terra roxa
nave extra-terrena
que humanos não decifraram
pequena vagina virgem
onde os dedos ainda não entraram
e os cachos de uvas
apodrecem nos teus dentes
com um cheiro de leite ardente
esguichando na distância
Federico Baudelaire
Couro Cru & Carne Viva
gosto de meninas
gosto de meninos
para tocar meus seios
não precisa e-mails
pode ser com as coxas
ou com outros seios
pode ser com a língua
ou gengiva e dentes
pode ser com unhas
com anéis e dedos
gosto de meninos
gosto de meninas
e não tem segredo
EuGênio Mallarmé
www.brazilicapereira.blogspot.com
em mim
quem manda é zeus
entre os meus segredos
e os teus
o sagrado é só profano
quando rasgo os panos
e me perco em sanhas
minha arte/manha
singra em mim cigana
quando estou profana
e o cio assanha
e me entrego ossanha
quando ogum me quer
seja qual for a cama
pra me fazer mulher
Cristina Bezerra
www.poerradalirica.blogspot.com
se eu não beber teus olhos
não serei eu nem mais ninguém
quando beijar teus lábios
desço garganta mais além
quando tocar teu íntimo
onde o desejo é mais intenso
jura secreta não penso
bebo em teus cios também
teu corpo
é carne de manga
em meu pênis
viril enquanto sangra
quando beijo tua boca
enfurecido
rasgando por trás
o teu vestido
Artur Gomes
Do livro: Suor & Cio - 1985
copacabana não me engana
toda sexta se faz de besta
me procura e diz que tem marido
mas quer aliviar sua fissura
quando eu gozar em teu umbigo
DE CARLOS DRUMMOND DE
ANDRADE (1902-1987)
Nem todo mundo sabe, mas Drummond possui um livro de poemas
eróticos, “O Amor Natural” (1992).
Publicado postumamente, demonstra que o poeta não estava seguro em mostrar ao
mundo a sua face mais sensual. Como são poemas curtos, selecionei os dois que
mais gosto:
Em teu crespo jardim, anêmonas castanhas
detêm a mão ansiosa: Devagar.
Cada pétala ou sépala seja lentamente
acariciada, céu; e a vista pouse,
beijo abstrato, antes do beijo ritual,
na flora pubescente, amor; e tudo é sagrado.
O chão é cama para o amor urgente,
amor que não espera ir para a cama.
Sobre tapete ou duro piso, a gente
compõe de corpo e corpo a úmida trama.
E para repousar do amor, vamos à cama.
fonte: http://revistapolen.com/7-poemas-eroticos-brasileiros/
FULINAIMAGEM
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