sessão delírio
Tenho um vaga-lume de lembrança.
o poema
é um coice
na sombra da noite
vagalume catando luz
na escuridão
“Quem sou eu?
De onde venho?
Sou Antonin Artaud
e basta que eu o diga
Como só eu o sei dizer
e imediatamente
hão de ver meu corpo
atual,
voar em pedaços
e se juntar
sob dez mil aspectos
diversos.
Um novo corpo
no qual nunca mais
poderão esquecer.
Eu, Antonin Artaud, sou meu filho,
meu pai,
minha mãe,
e eu mesmo.
Eu represento Antonin Artaud!
Estou sempre
morto.Mas um vivo morto,
Um morto vivo.
Sou um morto
Sempre vivo.
A tragédia em cena já não me basta.
Quero transportá-la para minha vida.
Eu represento totalmente a minha
vida.
Onde as pessoas procuram criar obras
de arte, eu pretendo mostrar o meu
espírito.
Não concebo uma obra de arte
dissociada da vida.
Este Artaud, mas, por falta do que
fazer…
Eu, o senhor Antonin Artaud,
nascido em Marseille
no dia 4 de setembro de 1896,
eu sou Satã e eu sou Deus,
e pouco me importa a Virgem Maria.
EuGênio Mallarmé
www.brasiliricapereira.blogspot.com
estou virado no corisco
muito além do avesso
do que chamamos carnaval
sem temer o risco
de lamber tuas belas coxas
e beber água de sal
procurando o ponto g
tem um fantasma
escondido no telhado
talvez fugindo do planalto
depois do assalto
com a família do palácio
mas eu quero mais a flor do lácio
na Mocidade Independente
de Padre Olivácio
a Escola de Samba Oculta
onde você nunca me viu
e ainda te faço essa pergunta:
de onde veio essa família
qual foi a mães que os pariu?
Gigi Mocidade
in Cadernos de Viagem
não sei se escrevo tanto
não sei se escrevo tenso
nem sei se escrevo torto
se eu te disser o que penso
pensarás se estou vivo
ou perguntarás se estou morto ?
Federico Baudelaire
anotações em um cadernos de viagem
https://www.youtube.com/watch?v=45koXtM1Bhs
quando fui morar em Amsterdam
levei apenas um casaco de lã
e um Leminski na sacola
Amsterdam foi minha escola
a primeira garrafa de coca cola
que bebi na Mocidade
Mayara uma palavra ainda distante
nas entrelinhas de Mayra
quando voltei pra Itabira
o Ira tinha outro significado
e o Amar já era verbo conjugado
em alguns livros na estante
Federico Baudelaire
in Cadernos de Viagem
para Darcy Ribeiro in memória
https://www.facebook.com/federicoduboi
mas a gente lança
sem nem mesmo saber
que alcança
o número que se quer
mas como me disse mallarmè
:
- vida não é lance de dedos
é lança de dardos
deus não arde no fogo
mas eu ardo
a quem você ama
escreva entre estrelas e lua
com a bunda sempre nua
faça poemas na cama
Gigi Mocidade
Toda Nudez Não Será Castigada
https://www.facebook.com/giginua
explícito
su-real enigmático
poema é signo
matemático
todas as vezes
que me dei pra ele
as camas foram de areia
vento água de sal
sol maresia
a lâmina era de músculos
o sangue me ardia
Todo Dia É Dia D
Dar pra Ele é Todo Dia
Lady Gumes
https://www.facebook.com/zeusmelivre
metáforas inB
pelos 200 anos de Charles Baudelaire
bebo teus olhos d´água
como quem beija a boca de Bacco
nos vilarejos de Trento
em algum Museu do Imigrante
n´alguma Itália de Vêneto
ou algum altar de convento
beijo a tua língua de vinho
com a mesma língua de Vênus
sem nenhum esquecimento
Dionísio bêbado pelos Cassinos
transando nos pergaminhos
por Bares e Becos de Bento
Federico Baudelaire
www.fulinaimargem.blogspot.com
o homem com
a flor na boca
Baudelíricas Baudeléricas
o poema uma beijo em tua boca bruna tem um B entranhado entre as coxas a pele das amoras gemem quando venta forte em tuas fêmeas como hoje - comi duas nessa manhã incendiária - quando vim da cacomanga trouxe nos bolsos da calça remendada linha carretel cola de trigo cerol bambu papel de pipa pique bandeira pique esconde jabuti preá da índia pés de abóboras replantáveis o pé de abacate ainda não nasceu - isadora chegou ontem 30 de março numa tarde outono à sol aberto noite gelada frio na medula - maya ainda escreve sobre depressão no tempo falks may abriu as asas pra malásia e a outra mora do outro lado em outra terra rio grande muito longe tenho sede
Artur Fulinaíma
www.arturfulinaima.blogspot.com
sempre penso
sempre digo
uma nação
só será uma nação
quando sua população
deixar de olhar
seu próprio umbigo
experimentar o experimental
Federico Baudelaire
por uma nova poética libertina pelas
entranhas de Baco
www.porradalirica.blogspot.com
no coração dos boatos
a sola do meu sapato
se esfolou
aurora
ainda me arde a tarde
toda noite quando
não amanhece
todo dia em que
não vejo aurora
toda Aurora que morreu
um dia
Micaela é uma mulher
que não quero na distância
ainda me arde
a noite que não queira
o inesperado o imprevisível
o impossível ainda está
para ser re-inventado
ainda me arde as nuvens
luas girassóis estrelas
quando não tocá-las
quando não for possível
vê-las.
Artur Gomes Fulinaíma
www.secretasjuras.blogspot.com
revisitando Torquato
pra espancar a maresia
Todo Dia É Dia É Dia D
Poesia Todo Dia
"toda palavra guarda uma cilada
transparente em cada orla"
no hospício ou sacristia
esse governo é uma cagada
muito pior que a pandemia
FULINAIMAGEM
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