sexta-feira, 15 de outubro de 2021

até que o amor acabe

 


                                        poema novo

 

como esse tempo sânscrito

em teu corpo teso

o poema ereto

no meu falo aceso

 

o linguajar me leva

onde tudo inflama

no carnaval secreto

nos lençóis da cama

 

fauno incendiário

super veloz ligeiro

lambuzando as coxas

      do amor primeiro

 

Federico Baudelaire

https://www.facebook.com/giginua




 

com os dentes

cravados na memória

me lembro de um tempo

que em Bento Gonçalves

não havia nostalgia

embriagávamos de  vinho

e respirávamos poesia

 

congresso brasileiro de poesia

 https://www.facebook.com/congressobrasileiropoesia



certa vez estando em bento

levei um banho de uva

as duas musas me lambiam

com suas línguas de chuva




                          toda palavra

 

toda palavra

guarda um segredo

atrás de suas portas

secretas

esconde

na entrelinha

o enigma da criação

delicada

afiada

malcriada

debochada

discreta

poética

patética

a palavra pode tudo

e bebe

o sangue dos poetas

em goles demorados

 

II

 

toda palavra

é arma engatilhada

pontaria precisa

acerta o coração

mesmo quando

é bala perdida

certeira

traiçoeira vingativa

malígna

indiscreta

abusada

despretensiosa

maliciosa

a palavra

pode quase nada

quando fala de paz

 

Ademir Bacca

Poesia do Brasil Vol. 11

Proyecto Cultural Sur Brasil

XVIII Congresso Brasileiro de Poesia

Bento Gonçalves-RS - Outubro 2010




May Pasquetti

interpreta poemas de Artur Gomes

vídeo produzido em Bento Gonçalves - durante

o XXIII Congresso Brasileiro de Poesia

outubro de 2015

clic no link para ver o vídeo

https://www.facebook.com/watch/?v=459319110914819&external_log_id=3e2153829aa0c88276ac7ca43f7fb416&q=mostra%20cine%20v%C3%ADdeo%20-%20curtas



                      BraZilírica Pereira:

A Traição das Metáforas

 

outubro 2002 já era setembro inda me lembro depois do jantar na associação de artes plásticas em cantorias caminhamos em direção ao hotel VinoCap quando nos despedimos subi para ao apartamento e a metáfora com as entre/minhas subiu a escadaria para a cidade alta

 no quarto enquanto bebia um conhac pensava em nossas cartas incandescentes o telefone tocou: - vai dormir? - ouvi do outro lado da linha a metáfora me convidando para uma embriaguez a dois

 

bolero blue

 

beber desse conhac

em tua boca

para matar a febre

 nas entranhas

entre dentes - indecente

é a forma que te como

bebo ou calo

 

e se não falo quando quero

na balada ou no bolero

não é por falta de desejo

é que a fome desse beijo

furta qualquer outra palavra presa

como caça indefesa

dentro da carne que não sai

 

a carne de maçã: teu corpo devorei a cada dentada metáfora à flor da pele toda nua me recebeu na cama que era o chão da sala há 6 anos desejava teu corpo como quem deseja um prato de comida quando a fome é tonta nossa meta é física e o amor é quântico sem lucidez alguma até que passe a fome e o amor acabe

 

Artur Gomes

www.braziliricapereira.blogspot.com





 Artur Gomes

FULINAIMAGEM

www.fulinaimagens.blogspot.com

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