A Educação Não É Cara
Cara é a Ignorância
Leonel de Moura Brizola
O Poeta Enquanto Coisa
O Poeta Enquanto Coisa, foi lançado em 2020, mas por causa da pandemia, não teve nenhum lançamento presencial. Amanhã dois volumes estarão voando para São Paulo e estou começando a pensar um lançamento em Campos. E depois de Campos, lançamento no Rio, em julho.
inventário
come vento menina
come vento
não há mais metafísica no mundo
do que comer vento
tem de todos os sabores
amargo meio/amargo
chocolate de café
sabe como é
em meio a tanta crise
a gente inventa o vento que se quer
Artur Gomes
O Poeta Enquanto Coisa
Editora Penalux – 2020
Leia mais no blog
https://secretasjuras.blogspot.com/
A Poesia Pulsa
dedicado a Tanussi Cardoso
poema do livro O Poeta Enquanto Coisa
aqui
a poesia pulsa
na veia no vinho
na pele nos pelos
no pulso
nos nervos
nos músculos
nos ossos
posso falar o que sinto
posso sentir o que posso
clique no link para ver o vídeo
https://www.youtube.com/watch?v=siOmLNSEQpw
Organizada por Luiz Turiba vem aí a Revista impressa Bric XXI - O Pau Brasil - Sangra
com lançamentos previstos em BH
Brasília Rio e são Paulo – aguardem
AVISO POÉTICO
Luis Turiba
Nossa tão sonhada e desejada revista de poesia experimental BRIC XXII finalmente foi fechada hoje aqui numa ilha de Edição em Beagá.
Data histórica.
São 104 páginas de poemas experimentais, imagens mágicas, reflexões, entrevistas, ensinamentos, polêmicas, micros-contos, ensaios, ensaios fotográficos e teses sobre o centenário da Semana de 22.
Uma celebração.
Agora é revisão, acertos finais, provas gráficas, anúncios e lançamentos
Em breve a revista entra em gráfica e os
lançamentos serão marcados para Maio e Junho em Brasília, Beagá, RJ e Sampa.
A BRIC XXII está inventiva, colorida, firme no
compromisso de avançar na linguagem poética que herdamos dos modernistas,
Oswald de Andrade e Mário de Andrade sempre na vanguarda.
A vocês que acreditaram e jogaram energias
positivas nossos axés e agradecimentos.
A partir de agora todos terão acesso a suas páginas
editadas e em breve a revista semi-pronta indo para a gráfica.
Meu
bric-abraços e abreijos a todas e todos
O PAU-BRASIL SANGRA
Biblioteca Bracutaia
Ong Beija Flor - Casa da
Solidariedade
Rua Ari Parrreira, 26 - Barra Velha -
Gargaú - São Francisco do Itabapoana-RJ - Inaugurada dia 1º de Maio - 2022
Artur Gomes
Fulçinaíma MultiProjetos
Diretor de Arte Cultura
fulinaima@gmail.com
(22)99815-1268 – whatsapp
O Tambor Subterrâneo
A potência poética de Erorci Santana
Chegando ontem e já começando a
devorar
A Palavra do poeta
Só um ser me desiquilibra:
Eu mesmo, ou seja, a palavra.
É quando me ponho nesse espelho
vivo e mágico e nos miramos
igualmente estarrecidos.
Descemos no vórtice do rio veloz
e somos o rio e suas pedras
dilacerantes em nossa água
impossível de mutilações,
suas navalhas, seus gritos, suas
lendas,
seu guerreiro coração perfurado.
Só há um ser digno de piedade,
essa palavra que não me interroga
e se abre como uma flor prostituta
e há de morrer comigo
no obscuro coração das coisas.
Não pela estupidez do desejo,
nem por sua inutilidade.
A flor que amo e há de morrer
comigo nasceu de meus próprios poros
e canta como um pássaro
cego e estilhaçado.
Do livro O Tambor Subterrâneo
“só uma coisa me entristece
o beijo de amor que não roubei
a jura secreta que não fiz
a briga de amor que não causei”
Sueli Costa/Abel
Silva
Biblioteca Bracutaia
Dia 28 Maio – 18h
Sarau Bracutaico – em homenagem a Mário Barreto Menezes – autor do livro sobre a história de São Francisco do Itabapoana
Ong Beija Flor - Casa da Solidariedade - Rua Ari Parrreira, 26 - Barra Velha - Gargaú - São Francisco do Itabapoana-RJ - Inaugurada dia 1º de Maio – 2022
Ensinanças
as flores de maio
anseiam pela
florada em seda
exibida
vívida
nas sacadas
jardins
sombras frescas
desejo
de abrir-se em botões
pendurados como brincos
de rainhas princesas
mostrar-se em cores
pálidas
exuberantes raras
e esconder os espinhos
(armas lícitas para as lutas)
as flores de maio
se fazem esperar
religiosamente
a contar
do cimo dos cactus
histórias de mulheres
ancestrais
vozes nativas
de matas perenes
e segredos de sangue
por isso tingem-se
de vermelho
laranja roxo
quase sempre
embora conheçam
o branco azul
no tempo
da delicadeza
as flores de maio
outonais
resistem à selva
quente úmida
brotam acima
dos galhos
e despertam
no dossel das árvores
feito amazonas
da flora tropical
pondo fim
à monotonia
ton sur ton
em verde ocre
das folhas
que se lançam ao chão
(assim falava minha mãe
sobre florescências
em nossa varanda
enquanto colibris dançavam
...e me aturdiam)
Mara Magaña
imagem: s/c
feito eco de violino ao tempo
esquecido
abafado por fina chuva de pétalas
secas
que não mais aromatizam os dias meus
meu coração já não luta ou sangra
e pulsa agora no peito absolvido
longe da tua presa amorosa e felina
leve e insubmisso canta a música da
poesia
lá fora gaivotas cheias de luz e
sombra em monocromáticas asas
violam o azul com cânticos
— etéreas feito nuvens —
e meus olhos sempre se alumbram com o
espetáculo
dos dias que nascem e morrem sobre o
Atlântico...
Maria Tereza Teca Mascarenhas
Imagem: René Magritte – la memoire –
1948
O PROFETA
Ele pautava regras cristalinas
e dava sempre o melhor exemplo,
seguido pelas andorinhas.
Decifrava a linguagem das nuvens
e das sombras
num improviso de anjos.
Vaticinava tempos difíceis
com a certeza das formigas
e o desconsolo dos órfãos.
Fazer-nos ver o mundo
o que deveria ser
é sempre uma temeridade.
Antonio Miranda - (Julho 2005)
O que decifra
o olhar quando mira
o outro lado do silêncio,
a ponta fina
onde começa ou termina
a distância?
Elide a sombra
de intermitente presença
de fiapos de fala
amorosa entre os dentes
cerrados
em pura indiferença
ou tudo é propriedade
da nuvem instável
do desejo de corpo
deserto de gozo?
José Antonio
Cavalcanti
2017
Imagem: Manabu Mabe, Silêncio (1968). Óleo sobre tela (127 x
102 cm).
O POETA
O poeta não é um fingidor. A poesia
apresenta caminhos, o poeta obedece. O poeta inventa a poesia. A poesia inventa
o poeta. O poeta é criador e criatura; acolhe o verbo e se imensa. O poeta
descobre na poesia a sua pequenez, e na palavra a sua grandeza criadora de
mundos.
O poeta recebe a poesia e a entrega
ao mundo. O poeta entrega a poesia e recebe o mundo.
Hamilton Faria, ínfimoINFINITO, editorial Casa dos
Omaguás, coleção Potlatch/pelo reencantamento do mundo, São Paulo, 2018.
POEMA PARA
MARIELLE FRANCO
Na calada da noite
calou-se a voz (tocaia).
Toque de recolher a vida.
Ávida, a mulher realçou rostos
invisíveis:
despenteou a brisa, desabrigou
mentiras,
soprou ventanias no marasmo.
Não a morte! Não há morte,
só sementeiras.
Nenhum bem se aterra,
se o gesto fértil se espalha,
e a língua é espada e espanto.
Nenhum carrasco tomba
o canto indomável das sílabas,
nem turva o clarão do sorriso.
Não há terror que impeça
o orvalho nos desertos.
Carmen Moreno
Nasci na Tropicália Mineirês,
no barroco europeu
com santos que nunca acreditei.
Aprendi a ler para rezar novena
e fui parar em “Ave Bakunin!” e
“Salve Lispector!”.
Lisa Alves
trecho do poema "Impressoras
orgânicas"
fotografia | Sylvana Lobo
Esfinge
poema freudelérico
leia mais n blog
https://fulinaimagemfreudelerico.blogspot.com/
por onde andará macunaíma?
Desenho de José César Castro, para exposição na Mostra Visual de Poesia Brasileira - Mário de Andrade - 100 Anos - 1993 - projeto idealizado por Artur Gomes e executado pelo SESC-SP na unidade de São Caetano.
dentro do espectro
se eu não puder respirar
com minhas guelras imaginárias
e com meus pequenos dentes
morder as bordas da vida
se eu não puder dar aos meus pulmões
a memória de um canto remoto
e a essa falta de ar
mais que o corpo-esconderijo
se eu não puder condensar
a profusão de estímulos
em elipses, sinapses
algo além de símbolos
o espectro, permear este enxame
e o que um caracol
no seu corpo de encaixes
desenlaça e só, se eu puder
ser, por dentro, o abrir-me
Nossos pés caminham
árdua estrada, sem rumo certo,
mas resistem ao cansaço,
à dor, ao medo.
Nossos braços semeiam o pão,
o vinho, o sonho, a esperança.
Nossas vozes
festejam o dom da vida,
cantam o campo, a cidade
as florestas, os rios e o mar.
De nossas mãos brotam os frutos
de um novo tempo.
Nossos olhos brilham de ternura
e na escuridão de tempos sombrios
compartilhamos a luz."
raptado da time line de Nic Cardeal no facebbok
a flor da boca
ficamos duas horas em frente a casa velha Aline
perseguia os pássaros e eu comia o vento que passeava entre a pele eriçando os
pelos ela me falou do prazer que ainda não tinha vivido e me mostrou a flor da
boca tinha gosto de saudade o tempo da escrita e tudo que ali não fizemos
www.personasarturianas.blogspot.com
Fulinaíma MultiProjetos
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