quarta-feira, 4 de maio de 2022

Coletânea Poetas Vivos

 A Educação Não É Cara

Cara é a Ignorância

               Leonel de Moura Brizola


O Poeta Enquanto Coisa

 O Poeta Enquanto Coisa, foi lançado em 2020, mas por causa da pandemia, não teve nenhum lançamento presencial.  Amanhã dois volumes estarão voando para São Paulo e estou começando a pensar um lançamento em Campos. E depois de Campos, lançamento no Rio, em julho.

 

inventário

 

come vento menina

come vento

não há mais metafísica no mundo

do que comer vento

tem de todos os sabores

amargo meio/amargo

chocolate de café

sabe como é

em meio a tanta crise

a gente inventa o vento que se quer

 

Artur Gomes

O Poeta Enquanto Coisa

Editora Penalux – 2020

Leia mais no blog

https://secretasjuras.blogspot.com/



A Poesia Pulsa

dedicado a Tanussi Cardoso

poema do livro O Poeta Enquanto Coisa

 

aqui

a poesia pulsa

na veia no vinho

na pele nos pelos

no pulso

nos nervos

nos músculos

nos ossos

posso falar o que sinto

posso sentir o que posso

 

clique no link para ver o vídeo

https://www.youtube.com/watch?v=siOmLNSEQpw



Organizada por Luiz Turiba   vem aí a Revista impressa Bric XXI  - O Pau Brasil - Sangra

com lançamentos previstos em BH Brasília Rio e são Paulo – aguardem




 

AVISO POÉTICO
Luis Turiba

Nossa tão sonhada e desejada revista de poesia experimental BRIC XXII finalmente foi fechada hoje aqui numa ilha de Edição em Beagá.

Data histórica.

São 104 páginas de poemas experimentais, imagens mágicas, reflexões, entrevistas, ensinamentos, polêmicas, micros-contos, ensaios, ensaios fotográficos e teses sobre o centenário da Semana de 22.

Uma celebração.

Agora é revisão, acertos finais, provas gráficas, anúncios e lançamentos 



Trabalhamos por seis (6) meses numa Ilha de Edição aqui em BH com um equipe maravilhosa: o designer Romulo Garcias na produção visual, o poeta-arquiteto João Diniz; os apoios luxuosos de Luca Andrade e Noélia Ribeiro em revisões, e do poetas professores Jairo Fará e Marcos Fabrício nos debates e ideias.


Em breve a revista entra em gráfica e os lançamentos serão marcados para Maio e Junho em Brasília, Beagá, RJ e Sampa.

A BRIC XXII está inventiva, colorida, firme no compromisso de avançar na linguagem poética que herdamos dos modernistas, Oswald de Andrade e Mário de Andrade sempre na vanguarda.
A vocês que acreditaram e jogaram energias positivas nossos axés e agradecimentos.

A partir de agora todos terão acesso a suas páginas editadas e em breve a revista semi-pronta indo para a gráfica.

Meu bric-abraços e abreijos a todas e todos
O PAU-BRASIL SANGRA

 

 

Biblioteca Bracutaia

Ong Beija Flor - Casa da Solidariedade

Rua Ari Parrreira, 26 - Barra Velha - Gargaú - São Francisco do Itabapoana-RJ - Inaugurada dia 1º de Maio - 2022

 

Artur Gomes

Fulçinaíma MultiProjetos

Diretor de Arte Cultura

fulinaima@gmail.com

(22)99815-1268 – whatsapp

 

O Tambor Subterrâneo

A potência poética de Erorci Santana

Chegando ontem e já começando a devorar

 

A Palavra do poeta

 

Só um ser me desiquilibra:

Eu mesmo, ou seja, a palavra.

É quando me ponho nesse espelho

vivo e mágico e nos miramos

igualmente estarrecidos.

 

Descemos no vórtice do rio veloz

e somos o rio e suas pedras

dilacerantes em nossa água

impossível de mutilações,

suas navalhas, seus gritos, suas lendas,

seu guerreiro coração perfurado.

 

Só há um ser digno de piedade,

essa palavra que não me interroga

e se abre como uma flor prostituta

e há de morrer comigo

no obscuro coração das coisas.

 

Não pela estupidez do desejo,

nem por sua inutilidade.

A flor que amo e há de morrer

comigo nasceu de meus próprios poros

e canta como um pássaro

cego e estilhaçado.

 

Do livro O Tambor Subterrâneo

 

“só uma coisa me entristece

o beijo de amor que não roubei

a jura secreta que não fiz

a briga de amor que não causei”

 

                 Sueli Costa/Abel Silva


Biblioteca Bracutaia

 Dia 28 Maio – 18h

Sarau Bracutaico – em homenagem a Mário Barreto Menezes – autor do livro sobre a história de São Francisco do Itabapoana

 Ong Beija Flor - Casa da Solidariedade - Rua Ari Parrreira, 26 - Barra Velha - Gargaú - São Francisco do Itabapoana-RJ - Inaugurada dia 1º de Maio – 2022


Ensinanças

 

as flores de maio

anseiam pela

florada em seda

exibida

vívida

nas sacadas

jardins

sombras frescas

desejo

de abrir-se em botões

pendurados como brincos

de rainhas princesas

mostrar-se em cores

pálidas

exuberantes raras

e esconder os espinhos

(armas lícitas para as lutas)

as flores de maio

se fazem esperar

religiosamente

a contar

do cimo dos cactus

histórias de mulheres

ancestrais

vozes nativas

de matas perenes

e segredos de sangue

por isso tingem-se

de vermelho

laranja roxo

quase sempre

embora conheçam

o branco azul

no tempo

da delicadeza

as flores de maio

outonais

resistem à selva

quente úmida

brotam acima

dos galhos

e despertam

no dossel das árvores

feito amazonas

da flora tropical

pondo fim

à monotonia

ton sur ton

em verde ocre

das folhas

que se lançam ao chão

(assim falava minha mãe

sobre florescências

em nossa varanda

enquanto colibris dançavam

...e me aturdiam)

 

Mara Magaña

 imagem: s/c


TEU NOME EM MINHA 
MEMÓRIA SOA PÁLIDO

 

feito eco de violino ao tempo esquecido

abafado por fina chuva de pétalas secas

que não mais aromatizam os dias meus

meu coração já não luta ou sangra

e pulsa agora no peito absolvido

longe da tua presa amorosa e felina

leve e insubmisso canta a música da poesia

lá fora gaivotas cheias de luz e sombra em monocromáticas asas

violam o azul com cânticos

— etéreas feito nuvens —

e meus olhos sempre se alumbram com o espetáculo

dos dias que nascem e morrem sobre o Atlântico...

 

Maria Tereza Teca Mascarenhas

Imagem: René Magritte – la memoire – 1948


O PROFETA

 

Ele pautava regras cristalinas

e dava sempre o melhor exemplo,

seguido pelas andorinhas.

Decifrava a linguagem das nuvens

e das sombras

num improviso de anjos.

Vaticinava tempos difíceis

com a certeza das formigas

e o desconsolo dos órfãos.

Fazer-nos ver o mundo

o que deveria ser

é sempre uma temeridade.

 

Antonio Miranda - (Julho 2005)



Talvez o inclua em um novo livro, se vier.


O que decifra

o olhar quando mira

o outro lado do silêncio,

a ponta fina

onde começa ou termina

a distância?

Elide a sombra

de intermitente presença

de fiapos de fala

amorosa entre os dentes

cerrados

em pura indiferença

ou tudo é propriedade

da nuvem instável

do desejo de corpo

deserto de gozo?

 

José Antonio Cavalcanti

2017

Imagem: Manabu Mabe, Silêncio (1968). Óleo sobre tela (127 x 102 cm).


O POETA

 

O poeta não é um fingidor. A poesia apresenta caminhos, o poeta obedece. O poeta inventa a poesia. A poesia inventa o poeta. O poeta é criador e criatura; acolhe o verbo e se imensa. O poeta descobre na poesia a sua pequenez, e na palavra a sua grandeza criadora de mundos.

O poeta recebe a poesia e a entrega ao mundo. O poeta entrega a poesia e recebe o mundo.

Hamilton Faria, ínfimoINFINITO, editorial Casa dos Omaguás, coleção Potlatch/pelo reencantamento do mundo, São Paulo, 2018.


POEMA PARA

 MARIELLE FRANCO

 

Na calada da noite

calou-se a voz (tocaia).

Toque de recolher a vida.

Ávida, a mulher realçou rostos invisíveis:

despenteou a brisa, desabrigou mentiras,

soprou ventanias no marasmo.

Não a morte! Não há morte,

só sementeiras.

Nenhum bem se aterra,

se o gesto fértil se espalha,

e a língua é espada e espanto.

Nenhum carrasco tomba

o canto indomável das sílabas,

nem turva o clarão do sorriso.

Não há terror que impeça

o orvalho nos desertos.

 

Carmen Moreno





(...)

Nasci na Tropicália Mineirês,

no barroco europeu

com santos que nunca acreditei.

Aprendi a ler para rezar novena

e fui parar em “Ave Bakunin!” e “Salve Lispector!”.

 

Lisa  Alves

trecho do poema "Impressoras orgânicas"

Arame Farpado

 fotografia | Sylvana Lobo


Esfinge

poema freudelérico

leia mais n blog

https://fulinaimagemfreudelerico.blogspot.com/



por onde andará macunaíma?

 Desenho de José César Castro, para exposição na Mostra Visual de Poesia Brasileira - Mário de Andrade - 100 Anos - 1993 - projeto idealizado por Artur Gomes e executado pelo SESC-SP na unidade de São Caetano.


dentro do espectro

 

se eu não puder respirar

com minhas guelras imaginárias

e com meus pequenos dentes

morder as bordas da vida

se eu não puder dar aos meus pulmões

a memória de um canto remoto

e a essa falta de ar

mais que o corpo-esconderijo

se eu não puder condensar

a profusão de estímulos

em elipses, sinapses

algo além de símbolos

o espectro, permear este enxame

e o que um caracol

no seu corpo de encaixes

desenlaça e só, se eu puder

ser, por dentro, o abrir-me




"TRABALHADORES

 

Nossos pés caminham

árdua estrada, sem rumo certo,

mas resistem ao cansaço,

à dor, ao medo.

Nossos braços semeiam o pão,

o vinho, o sonho, a esperança.

Nossas vozes

festejam o dom da vida,

cantam o campo, a cidade

as florestas, os rios e o mar.

De nossas mãos brotam os frutos

de um novo tempo.

Nossos olhos brilham de ternura

e na escuridão de tempos sombrios

compartilhamos a luz."

 (Sonia Regina Bischain)

 fotografias de Sonia Regina Bischain:

raptado da time line de Nic Cardeal no facebbok

a flor da boca

 

ficamos duas horas em frente a casa velha Aline perseguia os pássaros e eu comia o vento que passeava entre a pele eriçando os pelos ela me falou do prazer que ainda não tinha vivido e me mostrou a flor da boca tinha gosto de saudade o tempo da escrita e tudo que ali não fizemos

 

Artur dos Anjos 
poesia muito prosa

www.personasarturianas.blogspot.com

Fulinaíma MultiProjetos

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