quarta-feira, 3 de novembro de 2021

Tecidos Sobre A Terra

 


Terra,

antes que alguém morra

escrevo prevendo a morte

arriscando a vida

antes que seja tarde

e que a língua

da minha boca

não cubra mais tua ferida

 

entre aberto

em teus ofícios

é que meu peito de poeta

sangra ao corte das navalhas

e minha veia mais aberta

é mais um rio que se espalha

 

amada de muitos sonhos

e pouco sexo

deposito a minha boca no teu cio

e uma semente fértil

nos teus seios como um rio

 

o que me dói é ver-te

devorada por estranhos olhos

e deter impulsos por fidelidade

 

ó terra incestuosa

de prazer e gestos

não me prendo ao laço

dos teus comandantes

só me enterro à fundo

nos teus vagabundos

com um prazer de fera

e um punhal diamante

 

minha terra

é de senzalas tantas

enterra em ti

milhões de outras esperanças

soterra em teus grilhões

a voz que tenta – avança

plantada em ti

como canavial que a foice corta

 

mas cravado em ti

me ponho a luta

mesmo sabendo – o vão

estreito em cada porta

 



MOENDA

 

usina

mói a cana

o caldo e o bagaço

 

usina

mói o braço

a carne o osso

 

usina

mói o sangue

a fruta e o caroço

 

tritura suga torce

dos pés até o pescoço

 

e do alto da casa grande

os donos do engenho controlam

:

o saldo e o lucro

 

Artur Gomes

poema dos livros: Suor & Cio

MVPB Edições - 1985

e Pátria A(r)mada

Editora Desconcertos – 2019

Prêmio Oswald de Andrade – UBE-Rio-2020 – lançamento da segunda edição ampliada em 2022

gravado no CD Fulinaíma Sax Blues Poesia

2002

 https://www.facebook.com/arturgomespoeta/

 

 arde em mim

um rio de palavras

corpo larvas erupção

mar de fogo vulcão.

 

bom dia meus queridos

e queridas nesse domingo

de sol quase nuvem. e porque hoje

é domingo no parque de hera

me vingo com os caprichos

de afrodite que me leva pela

áfrica de dentro

em transversais transversias

terra mãe do epicentro

dessa transversa pandemia

universo que me espelha

na gravidade que me espalha

minhas faíscas na centelha

do leite seco das pedras

o mel no útero da abelha

minha estrada algaravia

 

Artur Gomes

Da Nascente A Foz : Um Rio De Palavras

www.fulinaimargem.blogspot.com



O Poeta Enquanto Coisa

 Com prefácio de Igor Fagundes, e texto para orelha de Nuno Rau, O Poeta Eqnaunto Coisa foilançado em 2020 pela  Editora Penalux.

 Segue esse poema do meu grande amigo querido, EuGênio Mallarmè. presente que ganhei dele, quando fez a primeira revisão do livro.

 

Metáfora

 

meta dentro

meta fora

que a meta desse trem agora

é seta nesse tempo duro

 

meta palavra reta

para abrir qualquer trincheira

na carne seca do futuro

 

meta dentro dessa meta

a chama da lamparina

com facho de fogo na retina

pra clarear o fosso escuro

 

EuGênio Mallarmè

www.secretasjuras.blogspot.com

 

 pandemônia

 ela chegou sem aviso prévio

foi direto ao sangue

uma facada  no fígado

 

 sensualidade

água escorrendo

sobre a pele

da saudade


Lagoa Doce - Eco Sistema

São Francisco de Itabapoana-RJ

 precisamos transformar esta paisagem em cenário de cinema. luz natural depois das 4 da tarde antes que a noite chegue com poema na ponta da língua de cada boca.

 

parafraseando

Glauber Rocha

 

com uma câmera nas mãos

e um poema na cabeça

vamos gravar um vídeo

vamos fazer um filme

antes que o poema desapareça

 

Artur Gomes Fulinaíma

o homem com a flor na boca    

www.arturfulinaima.blogspot.com




Festival Cine Vídeo

De Poesia Falada

em dezembro 1 Ano

Studio Fulinaíma Produção Audiovisual

https://www.facebook.com/studiofulinaima


ser/tão corpo

cor coração coragem


BraziLírica

para Uilcon Pereira in memória

 

salve salve

a metáfora anárquica

res-publicana brazilírica

que assombradado seja

o poder da ficção

 

meu coração é vermelho

nunca foi verde/amarelo

minha faca tem dois gumes

 

não tem neves

não tem cunha

não tem mello

alcalumbre vagalume

 

no circo tem marmellada

às 8 horas da noite

com a massa tele guiada

 

Artur Gomes

BraziLírica Pereira:

A Traição das Metáforas

www.brazilicapereira.blogspot.com

 



 Projeto Arte Cultura

– Oficinas

Biblioteca Comunitária

Luis de Sousa – Bracutaia

 

o tempo é um cavalo selvagem

sem rédeas cercas celas ou cancelas

 

Federico Baudelaire

 

Iniciamos a campanha de doações de livros para montagem da Biblioteca Comunitária – Luis de Sousa – Bracutaia -   com a doação de alguns livros do meu acervo particular, que estarão devidamente catalogados assim que for possível a sua inauguração.

 

Endereço para remessa de livros:

aos cuidados de Artur Gomes -

Av. Vereador Edenites da Silva Vianna, 259- Centro – São Francisco do Itabapoana-RJ – 20230-000

 

Fulinaíma MultiProjetos

portalfulinaima@gmail.com

(22) 99815-1268 – whatsapp

EntreVistas

www.arturgumes.blogspot.com

Projeto Arte Cultura – Oficinas

FULINAIMAGEM

www.fulinaimagens.blogspot.com



              Ruidurbanos

 também me lembro aquela tarde em Teresina lá estava eu naquela tarde e Jomard Muniz de Britto me falava que certa vez em Pernambuco um Rei eunuco engravidou certa Rainha do reino de Assombradado.

 Perseguido pela in-justiça o eunuco caiu do telhado direto num mar de lama e desde então fez a fama e nunca mais foi encontrado.

 

Federico Baudelaire

https://www.facebook.com/ruidurbanos



Artur Gomes 

FULINAIMAGEM

www.fulinaimagens.blogspot.com

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