Toda arte é social porque toda obra de arte é um fenômeno de relação entre os seres humanos
Mário de Andrade
P.ART.ICÍPIO é uma audição de poesia? É um ato politico? Lançamento de um livro? É tudo isso junto e misturado com muito encontro, amigos e alegria. Os Poetas Pela Democracia, pela primeira vez saem das redes e soltam sua voz junto com compositores brasileiros, artistas e vozes defensoras da cidadania como o Movimento Nacional pelos Direitos Humanos, Movimento Nacional de Luta em Defesa da População em Situação de Rua (para quem será doada toda a receita com a venda do livro Particípio Presente), entre outros.
Venha participar deste encontro histórico em
defesa da poesia, da arte e da cidadania.
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P.ART.ICÍPIO
A palavra, o som, a arte pela democracia em todas
as formas, com todas as forças.
14 de junho de 2022 – 19h
Poesia – Música – Ato – Lançamento de livro
Térreo Virginia - R. Martins Fontes, 205 –
República – São Paulo , SP.
O poeta enquanto coisa
o meu lugar não é aqui
o meu lugar não é ali
o meu lugar é lá
onde garrincha entorta
os laterais esquerdos
dribla até o goleiro
e debaixo da trave
não faz o gol
volta ao meio do campo
para recomeçar o desconcerto
Artur Gomes
https://secretasjuras.blogspot.com/
UMBILICAL
As casas que me habitaram
nunca disseram adeus.
No meu corpo de desenganos
cada madeira, cada farpa.
Entre o menino que se foi
e o homem que não chegara,
impõe-se cada cômodo...
alguns sonhos, ambas fraquezas.
Às vezes penso que quem
me pariu não foi a mãe ida,
mas o concreto com frestas
que iluminou planos de pipas,
minha última barba.
A casa que agora me vive
é um cubículo, um palácio
de pedras agras.
Clarissa Macedo
[Na pata do cavalo há sete abismos]
Raptado da time line de Dudu Galisa
LAVOISIER
na ideia do lixo
um delírio coletivo
de que existe "fora"
Teu cadáver, Genivaldo,
habita as órbitas do mundo
Teu cadáver mudo expõe as pernas
- última súplica-
para fora do porta-gás, câmara da
morte
De Metal, chumbo e ódio são os homens
que executam tua tortura, Genivaldo
Teu cadáver revela a fratura exposta
nas mandíbulas da nossa humanidade
essa máscara de horror que nos
consome
Ninguém para te socorrer, Genivaldo
de Jesus,
nem Jesus para soprar em teus pulmões
o ar que te faltava
Ninguém, Genivaldo de Jesus Santos,
ninguém para impedir essa tua morte
essa nossa morte
essa mesma morte
tantas vezes repetida.
(Marcia
Friggi)
poema
pelos poros da palavra
sigamos respirando
há que se encontrar oxigênio
em meio a tanto gás carbônico
a luz no fim do túnel
não pode ser apenas
uma metáfora
há que se avistá-la
por frestas de janelas
entreabertas
não nos deixemos asfixiar
nem tão pouco
abortarem a nossa alegria
do tempo que nos resta
armemos a festa
na cara das armas
que nos apontam
que nos afrontam
que nos amedrontam
há que se chegar o dia
da intensa folia
do riso largado
no largo da memória
há que se chegar o dia
que mudaremos essa
história
Dinovaldo Gilioli
Segue o link pra quem estiver interessado em conhecer esse belíssimo
trabalho da Silvana Guimarães. E eu estou lá também.
Via Rubens Jardim
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