terça-feira, 7 de junho de 2022

Coletânea Poetas Vivos

 Toda arte é social porque toda obra de arte é um fenômeno de relação entre os seres humanos

                                              Mário de Andrade


P.ART.ICÍPIO é uma audição de poesia? É um ato politico? Lançamento de um livro? É tudo isso junto e misturado com muito encontro, amigos e alegria. Os Poetas Pela Democracia, pela primeira vez saem das redes e soltam sua voz junto com compositores brasileiros, artistas e vozes defensoras da cidadania como o Movimento Nacional pelos Direitos Humanos, Movimento Nacional de Luta em Defesa da População em Situação de Rua (para quem será doada toda a receita com a venda do livro Particípio Presente), entre outros.

Venha participar deste encontro histórico em defesa da poesia, da arte e da cidadania.
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P.ART.ICÍPIO
A palavra, o som, a arte pela democracia em todas as formas, com todas as forças.
14 de junho de 2022 – 19h
Poesia – Música – Ato – Lançamento de livro
Térreo Virginia - R. Martins Fontes, 205 – República – São Paulo , SP.


O poeta enquanto coisa


o meu lugar não é aqui
o meu lugar não é ali
o meu lugar é lá

onde garrincha entorta
os laterais esquerdos
dribla até o goleiro
e debaixo da trave
não faz o gol

volta ao meio do campo
para recomeçar o desconcerto

Artur Gomes
https://secretasjuras.blogspot.com/


UMBILICAL

 

As casas que me habitaram

nunca disseram adeus.

No meu corpo de desenganos

cada madeira, cada farpa.

Entre o menino que se foi

e o homem que não chegara,

impõe-se cada cômodo...

alguns sonhos, ambas fraquezas.

Às vezes penso que quem

me pariu não foi a mãe ida,

mas o concreto com frestas

que iluminou planos de pipas,

minha última barba.

A casa que agora me vive

é um cubículo, um palácio

de pedras agras.

 

Clarissa Macedo

[Na pata do cavalo há sete abismos]

Raptado da time line de Dudu Galisa



LAVOISIER


na ideia do lixo
um delírio coletivo
de que existe "fora"

 




GENIVALDO DE JESUS SANTOS

 

Teu cadáver, Genivaldo,

habita as órbitas do mundo

Teu cadáver mudo expõe as pernas

- última súplica-

para fora do porta-gás, câmara da morte

De Metal, chumbo e ódio são os homens

que executam tua tortura, Genivaldo

Teu cadáver revela a fratura exposta

nas mandíbulas da nossa humanidade

essa máscara de horror que nos consome

Ninguém para te socorrer, Genivaldo de Jesus,

nem Jesus para soprar em teus pulmões

o ar que te faltava

Ninguém, Genivaldo de Jesus Santos,

ninguém para impedir essa tua morte

essa nossa morte

essa mesma morte

tantas vezes repetida.

 

(Marcia Friggi)


poema

 

pelos poros da palavra

sigamos respirando

há que se encontrar oxigênio

em meio a tanto gás carbônico

a luz no fim do túnel

não pode ser apenas

uma metáfora

há que se avistá-la

por frestas de janelas

entreabertas

não nos deixemos asfixiar

nem tão pouco

abortarem a nossa alegria

do tempo que nos resta

armemos a festa

na cara das armas

que nos apontam

que nos afrontam

que nos amedrontam

há que se chegar o dia

da intensa folia

do riso largado

no largo da memória

há que se chegar o dia

que mudaremos essa

história

 

Dinovaldo Gilioli




Segue o link pra quem estiver interessado em conhecer esse belíssimo trabalho da Silvana Guimarães. E eu estou lá também.

https://www.germinaliteratura.com.br/modernos22/122-modernos-e-ternos-6.htm?fbclid=IwAR2LGoaDC9hHypnxq8m0A4cAwJls6O35SiC9EjRUGeBtYo-0O63o94oUfCQ

Via Rubens Jardim



Fulinaíma MultiProjetos


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