AMIGOS CANCIONISTAS
Vamos lá? Segue a letra.
O SAMBA É NOSSO ALIADO
O bom e velho Francisco propôs:
- Que tal um samba?
Eu não deixarei pra depois
Não vou me fazer de rogado
O samba é nosso aliado
É foice, é martelo, é feijão com
arroz
Maior na tonalidade
Sagaz e fugaz na intenção
Meu samba aqui radicado
Radical na proposição
Não há de haver mais tristeza
Nem dias de consolação
Angélica e Augusta
Já estão na Paulista
Cantando e batendo partido na mão
O bom e velho Francisco propôs
Que tal um samba?
Eu não deixarei pra depois
Não vou me fazer de rogado
O samba é nosso aliado
É foice, é martelo, é feijão com
arroz
O samba, na maioridade
Já não admite a submissão
Afeito à palavra de ordem
Meu samba é sagrado
Tem feitio de oração
Quem gosta de ficar parado
É gado confinado, comendo ração
Eu tô de saída pro Cais do Valongo
Hoje é dia de jongo
Hoje é dia bênção!
Márcio Coelho
Dia 24 – junho – 2022 – 19h
Santa Paciência – Casa Criativa
Rua Barão de Miracema, 81
Campos ex-dos Goytacazes
Let's Play That
Torquato Neto
quando eu nasci
um anjo louco muito louco
veio ler a minha mão
não era um anjo barroco
era um anjo muito louco, torto
com asas de avião
eis que esse anjo me disse
apertando minha mão
com um sorriso entre dentes
vai bicho desafinar
o coro dos contentes
vai bicho desafinar
o coro dos contentes
let's play that
clique no link para ouvir na voz de Jards Macalé
https://www.youtube.com/watch?v=KNWJXKWcQrs
Let´s Play That é um dos poemas de Torquato que estarei
interpretando na Geleia Geral – Revirando a Tropicália
Mundo Cão
Longo dia
Olhar distante
Pessoas sempre iguais...
Solitária é a noite
Que me tem
Percebo o quanto, ainda,
há de me vir...
Os meses se alongam
Na estupidez do dia a dia
– Eu me sinto um tolo, sem alegria –
Às vezes acho que não caibo mais aqui...
Observo o todo
Olho mais de perto
Me aproximo de um cão sem dono...
Semelhança e tristeza nos atraem
Partimos juntos –Rumo ao nada–
Sem questionamentos
Sem regras nem convenções
Confiança nos basta!
Somos produtos acabados
Dos meios pelos quais fomos
"qualificados"
Homem e fera adaptados
Fera e homem abandonados.
Paulo Roberto Cunha
diáspora linguística
todas as palavras partiram
todas as importantes
as que metem o dedo no nariz
as que gritam despudoradas
as que têm a faca entre os dentes
as que rasgam a couraça
as que resistem
aos ventos
à chuva
ao fogo
aos beijos envenenados
todas as que ficaram são medidas
milimetricamente
para ver se
cabem no discurso da tevê
nas falas dos notáveis
nas notícias falsas
nas preces vazias
nas mortes anunciadas
nos números auspiciosos
nos segredos da cama
nos versos do poema
toda palavra está calada
nessa diáspora linguística
.
.
.
a palavra assim não é nada
mara magaña
19/06/2022
imagem: ofimthend.wordpress.com
FAÍSCA
Ali no semáforo vermelho
O sal da palavra arde na grelha improvisada
O carvão brilha
A chama estala
O espeto de churrasquinho preso nas mãozinhas do menino
Seu olhar é uma estrada para lugar nenhum
Sua voz, uma faísca:
Compra um, tio?
Mário Baggio
Visite meu blog: www.homemdepalavra.com.br
eu quase nunca desejo estar
no lugar de outra pessoa
quase nunca
geralmente gosto de ser quem sou
de habitar minha própria pele
mesmo quando essa pele tem frieiras alergias e o
escambau
mas quando os dias estão dolorosamente azuis
arroxeados
eu sinto vontade de estar
na pele daquela bailarina
ela é leve fluida ela salta
e na ponta do pé já tá em outro país hipnotizando
plateias
já eu
tenho as articulações enrijecidas
carrego o peso de muitas frustrações
eu quase nunca desejo estar
no lugar de outra pessoa
quase nunca
mas quando o dia está
dolorosamente silencioso
e minha garganta aperta
sem ar
eu sinto vontade de estar
na pele daquele skatista
ele é audacioso corta a frente
costura o trânsito dá nó na minha cabeça
ele fecha o olho e respira
todo ar do mundo
e corta o silêncio doído
rasgando o asfalto
já eu
sou medrosa
fecho os olhos para não ver
para esquecer
eu quase me sinto bem
mas não em dias dolorosamente
silenciosos
e azuis arroxeados
Joice Teixeira
ETERNO
passa o tempo
passa a moda
passa a manada
passa o fuxico
fica o chico
Paulo Lima
O homem com a flor na boca
cada boca tem sua língua
cada língua tem seu vício
cada vício seu desejo
metáfora de fogo quem sabe
ou flor do desejo quem dera
o desejo da língua é o beijo
vermelha flor de aquarela
a rosa quem me deu foi ela
nos olhos da flor o que sinto
no coração absinto o que vejo
e sem nenhum sacrifício
amar de forma indireta
sem pensar fim ou início
de alguma jura secreta
a seta no arco é a flecha
o alvo da flecha é a seta
a flor na boca é desejo
o beijo na flor é a meta
Artur Gomes
https://fulinaimagens.blogspot.com/
Fulinaíma MultiProjetos
22 99815-1268 - whatsapp
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