domingo, 17 de julho de 2022

Coletânea Poetas Vivos

Nojo

 

eis a palavra

no meu poema linha reta

mesmo que a esquina seja torta

a estrada seja curva

a noite seja  treva

a lua seja secreta

a madrugada seja turva

e o sol não seja poeta

 

Artur Gomes

por onde andará Macunaíma companheiro será que sem a mãe das artes manhas conseguirá se salvar esse povo brasileiro?

https://coletivomacunaimadecultura.blogspot.com/

 


 que coincidência é o   amor

 

olhando as múltiplas  sombras

de artur gomes na parede

um candelabro de sedas

palavras por trás da boca

voo de passarinho

asas de beija flor

atiçam-me rajadas de fome

salivas do meu amor

vinho aumenta minha sede

água mata o meu torpor

Macunaíma um coletivo

passa ao largo da janela

eu na outra aqui sozinha

porque não sou eu Florbela

 

Lady Gumes

 por onde andará Macunaíma

https://coletivomacunaimadecultura.blogspot.com/




                                                         nesse estado

 em que me encontro

presa ao teu olhar

nem que seja um  segundo

vem me faz voar

 

Gigi Mocidade

www.porradalirica.blogspot.com



Memorália Um

para Laurentino Gomes e Francisco Magalhães

 

A chibata nos sujou de maldições.

Desde as caravelas; desde

a rota dos tubarões (onde

excretou-se o vil

ao sangue).

 

Toda partilha está contaminada.

(Nossa alma cheira o mal do mar.

 

Precisamos lavar nosso atlântico.

 

Salgado Maranhão




Geleia Geral – Revirando A Tropicália

Semana de 22 – 100 Anos Depois

Segunda Edição

Dia 22 julho - 2022 – 19h

Santa Paciência – Casa Criativa

Rua Barão de Miracema, 81 – Campos dos Goytacazes-RJ

- Geleia Geral Performance - Alunos da Oficina de Teatro Adulto do Estúdio Gente é pra Brilhar e não pra Morrer de Fome.

Direção: Frenando Rossi e Rodri Mendes

Confira toda programação no blog

https://ciadesafiodeteatro.blogspot.com/

  · 



Mostra Cine Vídeo – Curtas

Cinema Ambiental – segue agora permanente

Local: https://www.facebook.com/cinevideocurtas

Projeto Arte Cultura Oficinas

Curadoria: Artur Gomes

Design gráfico: Tchello d´Barros

Realização: Fulinaíma MultiProjetos

fulinaima@gmail.com

(22) 99815-1268 – whatspp

 

BOITATÁ

Para o Jose Couto

 

fogo que mora nas águas do rio —

fogo que já foi menino

e dança nas águas do rio

fogo que dança

na lama do mangue

e mora nas águas do rio

fogo que dança

no fundos do mato

e mora nas águas do rio

ele é a cobra-menino

come-olhos-do-mundéu

protege dona cotia

dona anta, seu mutum

dona paca, seu teju

protege dona onça

seu tatu, seu jaós, seu uru

cuida de todos os bichos

todos os bichos, todos

os bichos da mata

não atice a íris-fogaréu

tição-azul-da-luz-do-lume

não irrite os escuros

do relvado, seu branco

ou ele comerá teu olho

aquele que é fogo-serpente

come-olhos-do-mundéu

osso-branco-escarra-tripa-

olho-brenha-escarcéu.

passarinho estava aqui?

passarinho caiu no chão

e virou pedra.

 

Claudio Daniel

 

(Poema de meu livro Cantigas do Luaréu, que pode ser adquirido no site da editora Arribaçã, http://www.arribacaeditora.com.br/


Lamento

 meu pai sorriu

à sombra da goiabeira

 nada de rugas na face

 apenas a névoa

de um tempo escondido pela sombra das horas.

 (poema de Linaldo Guedes do livro “Os zumbis também escutam blues e outros poemas”, 1998)

 

CORPUS


A roupa da alma rasgando-se em constantes mudanças
na ruptura vou desaguando aos poucos,
gota a gota, sopro a sopro
- alma de mim em cascatas
ao alcance do grande mar no sem fim -

[por qual razão habitamos a nascente borbulhante
se, depois do fim,
seremos única imensidão
na - monótona - etern[a]idade?]

Nic Cardeal
16.07.2022


dueto


o vento zomba da carne
espanca a pele e a anca
rasga à navalha a pelanca
o vento zumbe na cara
e esbraveja no ouvido
esfarrapa à farpa a entranha
vento e ventre a grunhir
vazando a víscera vazia
a fome e a noite fria


um uivo

ah, essa coisa de fazer poesia
e trazer tantos lobos para fora do covil
e lobas, todas no cio,
e tantos e tantos vazios
ah, essa coisa vã que é fazer poesia
e que não fala, uiva
e chora e sangra
estrangeira e nativa
numa ilha igual a todas as outras ilhas…
ah, essa coisa inútil que é fazer poesia
e ser um desnudamento tão íntimo
que de tão íntimo desnudamento
é igual em todos os falantes
ah, coisa inevitável
que é fazer poesia


as Mulheres e suas Crianças

desbravando o estreito do tempo
Elas ficam prenhes
não só de filhos
não só de amores
prenhes de sonhos
e de perpetuação
na barriga nascem cidades
as leis e seus reis
não há outro meio à força motriz
da barriga nasce a história
nasce toda a gente
nasce um país
o futuro é umbilical
seio e noite insone
em ladeiras pedregosas
caminham as Mulheres
suas Crianças a tiracolo
por ladeiras pedregosas
fogem dos algozes
as Mulheres e suas Crianças

Carolina Rieger nasceu em São Paulo, capital, e mora em Osasco. Formada em Filosofia pela USP, mestra e doutoranda em História da Educação pela PUC-SP. Publicou Irmãos Koch, think tank, coletivos juvenis — a atuação da rede libertariana sobre a educação (Edições 70, Editora Almedina, 2021). Publicou poemas e contos em coletâneas, fanzines e revistas. Seu primeiro solo de poemas é Carnaval (Editora Patuá, 2017), que lhe rendeu uma colocação entre os 10 finalistas do Prêmio Guarulhos de Literatura 2018. Em 2019, ficou em 3º lugar no mesmo prêmio. Está com seu próximo livro, De temer a morte, pela Caravana Editorial, no prelo. Estes três poemas são dele.

Fonte: https://revistagueto.com/2021/08/30/tres-poemas-de-carolina-rieger/


Fulinaíma MultiProjetos

fulinaima@gmail.com

22 99815-1268 – whatsapp

www.centrodeartefulinaima.blogspot.com

Nação Goytacá

www.fulinaimargem.blogspot.com

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