Nojo
eis a palavra
no meu poema linha reta
mesmo que a esquina seja torta
a estrada seja curva
a noite seja treva
a lua seja secreta
a madrugada seja turva
e o sol não seja poeta
Artur
Gomes
por onde andará Macunaíma companheiro será que sem a mãe
das artes manhas conseguirá se salvar esse povo brasileiro?
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que coincidência é o amor
olhando as múltiplas
sombras
de artur gomes na parede
um candelabro de sedas
palavras por trás da boca
voo de passarinho
asas de beija flor
atiçam-me rajadas de fome
salivas do meu amor
vinho aumenta minha sede
água mata o meu torpor
Macunaíma um coletivo
passa ao largo da janela
eu na outra aqui sozinha
porque não sou eu Florbela
Lady
Gumes
por onde andará Macunaíma
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em que me encontro
presa ao teu olhar
nem que seja um
segundo
vem me faz voar
Gigi
Mocidade
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Memorália Um
para Laurentino Gomes e Francisco
Magalhães
A chibata nos sujou de maldições.
Desde as caravelas; desde
a rota dos tubarões (onde
excretou-se o vil
ao sangue).
Toda partilha está contaminada.
(Nossa alma cheira o mal do mar.
Precisamos lavar nosso atlântico.
Salgado Maranhão
Semana de 22 – 100 Anos Depois
Segunda Edição
Dia 22 julho - 2022 – 19h
Santa Paciência – Casa Criativa
Rua Barão de Miracema, 81 – Campos dos Goytacazes-RJ
- Geleia Geral
Performance - Alunos da Oficina de Teatro Adulto do Estúdio Gente é pra
Brilhar e não pra Morrer de Fome.
Direção: Frenando Rossi e Rodri Mendes
Confira toda programação no blog
https://ciadesafiodeteatro.blogspot.com/
·
Mostra Cine Vídeo – Curtas
Cinema Ambiental – segue agora permanente
Local: https://www.facebook.com/cinevideocurtas
Projeto Arte Cultura Oficinas
Curadoria: Artur Gomes
Design gráfico: Tchello d´Barros
Realização: Fulinaíma MultiProjetos
fulinaima@gmail.com
(22) 99815-1268 – whatspp
BOITATÁ
Para o Jose Couto
fogo que mora nas águas do rio —
fogo que já foi menino
e dança nas águas do rio
fogo que dança
na lama do mangue
e mora nas águas do rio
fogo que dança
no fundos do mato
e mora nas águas do rio
ele é a cobra-menino
come-olhos-do-mundéu
protege dona cotia
dona anta, seu mutum
dona paca, seu teju
protege dona onça
seu tatu, seu jaós, seu uru
cuida de todos os bichos
todos os bichos, todos
os bichos da mata
não atice a íris-fogaréu
tição-azul-da-luz-do-lume
não irrite os escuros
do relvado, seu branco
ou ele comerá teu olho
aquele que é fogo-serpente
come-olhos-do-mundéu
osso-branco-escarra-tripa-
olho-brenha-escarcéu.
passarinho estava aqui?
passarinho caiu no chão
e virou pedra.
Claudio Daniel
(Poema de meu livro Cantigas
do Luaréu, que pode ser adquirido no site da editora Arribaçã, http://www.arribacaeditora.com.br/
Lamento
meu pai sorriu
à sombra da goiabeira
de um tempo escondido pela sombra das
horas.
(poema de Linaldo Guedes do livro “Os zumbis também escutam blues e outros poemas”, 1998)
CORPUS
A roupa da alma rasgando-se em constantes mudanças
na ruptura vou desaguando aos poucos,
gota a gota, sopro a sopro
- alma de mim em cascatas
ao alcance do grande mar no sem fim -
[por qual razão habitamos a nascente borbulhante
se, depois do fim,
seremos única imensidão
na - monótona - etern[a]idade?]
Nic Cardeal
16.07.2022
dueto
o vento zomba da carne
espanca a pele e a anca
rasga à navalha a pelanca
o vento zumbe na cara
e esbraveja no ouvido
esfarrapa à farpa a entranha
vento e ventre a grunhir
vazando a víscera vazia
a fome e a noite fria
um uivo
ah, essa coisa de
fazer poesia
e trazer tantos lobos para fora do covil
e lobas, todas no cio,
e tantos e tantos vazios
ah, essa coisa vã que é fazer poesia
e que não fala, uiva
e chora e sangra
estrangeira e nativa
numa ilha igual a todas as outras ilhas…
ah, essa coisa inútil que é fazer poesia
e ser um desnudamento tão íntimo
que de tão íntimo desnudamento
é igual em todos os falantes
ah, coisa inevitável
que é fazer poesia
as Mulheres e suas Crianças
desbravando o
estreito do tempo
Elas ficam prenhes
não só de filhos
não só de amores
prenhes de sonhos
e de perpetuação
na barriga nascem cidades
as leis e seus reis
não há outro meio à força motriz
da barriga nasce a história
nasce toda a gente
nasce um país
o futuro é umbilical
seio e noite insone
em ladeiras pedregosas
caminham as Mulheres
suas Crianças a tiracolo
por ladeiras pedregosas
fogem dos algozes
as Mulheres e suas Crianças
Carolina Rieger nasceu em São Paulo, capital, e mora em Osasco.
Formada em Filosofia pela USP, mestra e doutoranda em História da Educação pela
PUC-SP. Publicou Irmãos Koch, think tank, coletivos juvenis —
a atuação da rede libertariana sobre a educação (Edições
70, Editora Almedina, 2021). Publicou poemas e contos em coletâneas, fanzines e
revistas. Seu primeiro solo de poemas é Carnaval (Editora Patuá, 2017), que lhe rendeu uma
colocação entre os 10 finalistas do Prêmio Guarulhos de Literatura 2018. Em
2019, ficou em 3º lugar no mesmo prêmio. Está com seu próximo livro, De
temer a morte, pela Caravana Editorial, no prelo. Estes três
poemas são dele.
Fonte: https://revistagueto.com/2021/08/30/tres-poemas-de-carolina-rieger/
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Nação Goytacá
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